A obesidade é uma doença caracterizada pelo excesso de peso e
especificamente pela desproporção do excesso de gordura corporal e ocorre
quando a oferta de calorias é maior do que o gasto energético corporal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade
mórbida é classificada quando o índice de massa corporal (IMC) apresenta-se
maior ou igual 40kg/m².
O excesso de peso está relacionado a diversas condições que
prejudicam a saúde e afetam a qualidade de vida. As doenças associadas à
obesidade são chamadas de comorbidades e podemos citar como exemplo a diabetes,
hipertensão arterial, síndrome metabólica, apnéia do sono, entre outras.
As principais causas da obesidade são: ingestão excessiva de
alimentos, sedentarismo, genética e problemas hormonais.
A primeira opção para se livrar
do excesso de peso é o tratamento clínico, que inclui dieta, exercícios,
medicação e acompanhamento de endocrinologista e nutricionista. O objetivo é
conscientizar o paciente da necessidade de trocar o sedentarismo e a má
alimentação por hábitos de vida mais saudáveis que contemplem atividade física
e dieta balanceada.
Nos casos em que o tratamento
clínico não foi eficiente e há comorbidades associadas, o tratamento cirúrgico
deve ser considerado.
A cirurgia bariátrica é indicada
para indivíduos que tenham IMC maior ou igual 40kg/m² e que já tentaram o tratamento clínico por mais de 2 anos sem sucesso
e também pode ser indicada para indivíduos que tenham IMC maior ou igual a
35kg/m² e que apresentem pelo menos uma comorbidade associada.
A cirurgia
bariátrica pode ser dividida em três tipos: restritivas, mal absortivas e
mistas.
Restritivas: Promovem perda
de peso, porque causam saciedade com pequenas quantidades de alimentos.
Mal absortivas: Funcionam pela
redução expressiva do segmento intestinal capaz de absorver nutrientes.
Mistas: Restringem a
ingestão alimentar, além de promover disabsorção de parte dos nutrientes
ingeridos.
O tratamento nutricional é
essencial tanto no pré como no pós operatório, visando a conscientização de
novos hábitos alimentares, promovendo perda de peso de forma saudável e
prevenção de deficiências nutricionais.
A dieta no pós operatório é dividida
em fases: Líquida, liquidificada, pastosa, branda e normal.
Primeira fase – Dieta líquida
Tem
como objetivo o repouso gástrico seguida de avaliação da tolerância oral e
hidratação. Os alimentos devem estar na consistência líquida, de cores claras,
em temperatura ambiente e sem adição de açúcar e gorduras e a ingestão deve ser
em pequenos intervalos e frequentes, 50 ml a cada 2 horas.
Segunda fase – Dieta liquidificada
Tem
como objetivos, ainda, o repouso gástrico e a hidratação, além de adaptação a
pequenos volumes. Os alimentos devem estar na consistência liquida, ou que se
dissolvam na boca, em temperatura ambiente, sem adição de açúcar. O
fracionamento pode ser de 6 a 8 refeições diárias, com volume de 50 ml por
refeição.
Terceira fase – Dieta pastosa
Dieta
de transição para dieta branda. Os alimentos devem estar na forma de purês ou
cremes, mingaus e as carnes devem ser batidas ou desfiadas.
Quarta fase – Dieta branda
Tem
como objetivo, evoluir para uma consistência próxima ao normal, com digestão
facilitada por alimentos abrandados pelo cozimento. O fracionamento deve ser de
6 refeições diárias, com volume de 50 ml por vez até 200 ml.
Quinta Fase – Dieta normal
Nessa
fase, a consistência é normal, com adequações para evitar deficiências
nutricionais. A tolerância dos alimentos e a prescrição de suplemento alimentar
deve ser avaliada de acordo com a necessidade individual.
O
acompanhamento com uma equipe multidisciplinar tanto para o pré ou pós-operatório
é fundamental para que os resultados esperados sejam alcançados e mantidos sem
nenhum prejuízo para a saúde.
E
lembre-se que a cirurgia bariátrica é um procedimento de risco como qualquer outro
e deve ser realizado em última instância, com critérios severos de avaliação
individual. Portanto, manter uma alimentação balanceada e hábitos de vida
saudáveis ainda é a melhor escolha.
Fonte: http://nutrii.com.br/